Tudo começou em 1909 quando um grupo de empresários brasileiros solicitou autorização ao governo para construir uma ferrovia ligando a Estação de Perus à “Villa de Pirapora” (atual Município de Pirapora do Bom Jesus), com a alegação de atender os romeiros que se dirigiam ao santuário da vila.
A construção da ferrovia teve início nos anos de 1911 com os trilhos seguindo paralelamente o Rio Juquery e o córrego Ajuá (Córrego de Perus). Com a obra já em seus 15 quilômetros de construção, a linha foi desviada propositalmente para o norte, na direção do bairro Gato Preto, (área que na época pertencia ao Município de Santana de Parnaíba).
A mudança da linha para o norte teve influência pela a extração de cal que acontecia no bairro pela família dos Beneducci, na qual chamou a atenção dos empresários, onde viram inúmeras oportunidades de negócio, uma vez que a cidade de São Paulo estava em pleno crescimento e necessitava de cimento para construção de edifícios.
A linha férrea Perus-Pirapora, foi concluída por volta de 1914, e passou a transportar calcário produzido no bairro do Gato Preto, sendo também usada para o transporte de operários, seguindo até a estação de Perus. Em 1951 a ferrovia, fábrica e pedreiras foram comprados pelo Grupo JJ Abdalla no qual anos depois fundou a fabrica de cimento Portiland, que décadas mais tarde veio à falência.
Texto: Fernando Crus
Referências:
1º Programa de pós graduação da UNESP (Elcio Siqueira)
2º Cronicas: Pelegos e Queixadas: O cimento das almas
3º Livro: A greve dos sete anos
4º www.estacoesferroviarias.com.br