Na última quinta-feira (19), a Justiça decretou a prisão preventiva de Milton Santana dos Santos, conhecido como “Boca Rica”, ex-assessor de gabinete da ex-prefeita Paula Ribas, que teve seu mandato cassado. A decisão converte a prisão temporária, realizada em 10 de junho, em preventiva, determinando um mínimo de três meses de detenção.
A representação pela decretação da prisão preventiva foi formulada pela Delegacia de Polícia Civil de Cajamar, com o Ministério Público opinando favoravelmente ao pedido, afirmando que os requisitos para a custódia cautelar estavam presentes.
Boca Rica foi demitido do cargo de assessor após a cassação da ex-prefeita e não prestava mais serviços na atual gestão. No entanto, segundo fontes ligadas ao novo prefeito, ele continuava a pedir dinheiro à prefeitura. Um suposto áudio vazado revela Milton exigindo contratos públicos e dinheiro do atual prefeito e ameaçando tramar um “esquema” para prejudicar a administração vigente.
A denúncia contra Milton Santana foi feita pela própria gestão atual do município de Cajamar. Ele foi detido pela Polícia Civil na última segunda-feira (10), após decreto de prisão temporária.
Conforme os autos, Milton Santana, conhecido como Boca Rica, praticou repetidamente extorsão e denunciação caluniosa contra o prefeito de Cajamar, Danilo Joan (PSD). Ele utilizou informações infundadas para obter vantagem ilícita, divulgando fake news e iniciando procedimentos investigatórios contra o prefeito. Vídeos e áudios anexos ao processo mostram Santana exigindo entre R$ 1.000.000,00 e R$ 2.000.000,00. Além disso, ele se valeu de vínculos inexistentes com autoridades para ameaçar a vítima e demonstrar influência política.
A gravidade dos crimes e a necessidade de garantir a ordem pública justificaram a prisão preventiva, conforme os artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal. O juiz destacou a necessidade da presença física de Santana nas audiências de instrução e o risco de ele não permanecer no distrito da culpa se solto.
A Justiça determinou a expedição do mandado de prisão e o retorno dos autos ao Ministério Público para o oferecimento da denúncia com urgência.